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O segundo módulo, “A Origem da Logoterapia” do Curso de Formação Clínica em Logoterapia e Análise Existencial da Casa do Sentido, ministrado pela Profª. Me. Sheila Rabuske, por meio da plataforma GoToMeeting, acontecido nos dias 15 e 16 de dezembro de 2020, pude perceber que a vida de um homem se justifica em sua obra e em seus valores.

No primeiro dia a professora pode nos apresentar de forma bastante singular um breve histórico da vida de Viktor Emil Frankl, criador da Logoterapia, mas se deteve principalmente nos principais conceitos desta abordagem psicoterápica. Com a grande estrada da professora facilitadora, me senti bastante motivado pelos conceitos apresentados, é curioso que a Logoterapia, vista “de fora” ela não aparenta ter a complexidade que tem. Consigo visualizar isso, hoje, de uma forma bastante positiva, uma vez é nossa tarefa enquanto psicólogos, criar pontes entre a nossa teoria e a nossa prática para conseguirmos alcançar as pessoas. Hoje consigo visualizar que a Logoterapia faz isso com excelência.

É expresso na fala da Profª Me. Sheila Rabuske a sua profunda admiração e a forma pela qual esta abordagem faz sentido para ela, ou melhor, de forma que a Logoterapia é um sentido para a mesma. Na função de facilitadora, sobretudo deste módulo que se propôs a compartilhar, penso que isso me foi essencial. Me senti motivado pelos conceitos e sobretudo, pela paixão desta, expresso ainda mais, no segundo dia do módulo, que tinha por objetivo conhecer toda a vida pessoal e intelectual de Frankl.

Os conceitos que mais me atravessaram e me fizeram emocionar, é o radical existencialismo que é presente nesta abordagem; a coragem de acreditar no homem e visualizar a melhora, a saúde, a vitalidade, a alegria, mas também a responsabilidade e a dignidade do homem na tristeza e na dor, que é inerente à vida. Esta proposta está intrínseca ao conceito de Tríade Trágica, que me dá um novo ar para além do niilismo reativo da época de Frankl e, em certa medida, de nossa época também.

Fica fácil compreender porque o Em Busca de Sentido é o livro de Frankl mais vendido e lido de todos os seus outros livros, não é que seja o mais incrível, mas é, de fato, o escrito que melhor explicita aquilo que ele virá a chamar de Logoterapia, a sua grande obra. É a capacidade que Frankl teve de encontrar um sentido em meio ao sofrimento de sua vida, mas um sentido tão forte que até hoje encoraja todos as outras pessoas que se aproximam dele, mesmo que in memoriam.

Mas isso não significa que Frankl era dotado de um poder especial, o de “encontrar sentidos”. Não se trata disso, mas talvez o de reconhecer que todos os seres humanos têm essa possibilidade, o de insistir e encorajar esta busca de sentido, talvez seja o ato mais revolucionário e de amor à vida que Frankl pôde realizar em sua existência, e como sou psicólogo, saber que posso participar e contribuir com esse legado, saber que posso contribuir nessa busca de sentido, os meus próprios sentidos, mas também o de acompanhar outras pessoas nesta busca, é sem dúvida emocionante. Destaca e clareia de forma singular, a dimensão noética de um sujeito.

A felicidade maior, é saber que não estou sozinho, há tantos outros colegas empolgados e emocionados tanto quando eu e com que aprendo a partir de seus olhares, comentários e perspectivas, visto que ainda engatinho nesta abordagem.