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Viktor Emil Frankl, psiquiatra e neurologista vienense, criador da Logoterapia, viveu tempos difíceis durante a Segunda Guerra Mundial. Foi vítima do holocausto, pelo antissemitismo e, enquanto viveu em cativeiro, nos campos de concentração pelos quais passou, foi testemunha ocular das atrocidades que o homem é capaz de provocar. Suas experiências, e de seus outros companheiros de cativeiro, estão descritas no livro “Em busca de sentido”. Neste livro, Frankl relata suas vivências pessoais e diretas nos campos de concentração, às quais não só ele, mas muitos outros experimentaram, de diferentes formas, os horrores da guerra, e aos quais ele chamou de experimentus cruciso experimento cabal para a constatação de sua intuição – enquanto psiquiatra e psicoterapeuta. Ali, em meio a tais experiências, Viktor Frankl, ao mesmo tempo em que sofria o infortúnio dos campos de concentração, sempre que tinha oportunidade, fazia anotações em pedaços de papéis, esboçando suas ideias, impressões e intuições sobre tais horrores. Foi nessa vivência, diante daquele sofrimento diário, que ele testemunhou a vontade humana inexorável de descobrir e de realizar sentido para sua existência; uma fome existencial de propósito e motivação para viver. Na prática e em sua experiência pessoal, ele cunha os conceitos fundamentais de sua Logoterapia.

Após sua liberação, com o fim da guerra, Frankl dá prosseguimento a seus escritos, motivado por sua experiência como prisioneiro e sobrevivente do holocausto, amadurecendo suas ideias e sua teoria psicológica. Ele, também, realizou estudos, além de neurologia e psiquiatria, sobre uma variedade de linhas filosóficas. Foi expressivamente influenciado pelos estudos da Fenomenologia e do Existencialismo, principalmente em Max Scheller, em quem Frankl se baseou para criar a antropologia filosófica da Logoterapia, base para sua ontologia e, ética para sua psicoterapia. Assim, sua psicologia, a partir daí, foi denominada “Logoterapia e Análise Existencial”, ou Psicologia do Sentido da Vida.

Desse modo, Viena torna-se o berço da Psicologia Clínica mundial e teve como primeira escola de Psicoterapia, a obra de Sigmund Freud, com sua Psicanálise. Em seguida, a segunda escola foi o empreendimento de Alfred Adler, com sua Psicologia Individual. Por fim, coroando a obra de Viktor Frankl, uma Psicologia do Sentido da Vida conquistou o status de terceira escola de psicoterapia vienense do século XX.

Seus livros ultrapassaram fronteiras e, sua psicologia tornou-se conhecida da Europa aos Estados Unidos da América, bem como na América do Sul. Aqui, no Brasil, ainda que timidamente, suas ideias têm sido cada vez mais difundidas. Quiçá, a Logoterapia e Análise Existencial difundidas por Viktor Frankl transformem-se na primeira, aqui em nosso país.


Viktor FranklPsicologia do Sentido da Vida