MARCOS 6

           No sexto módulo, intitulado “Visão Antropológica e de Mundo III” realizado virtualmente entre os dias 22 e 23 de fevereiro de 2021, professor Sam Cyrous provocou uma autoconsciência em cada aluno, com o objetivo de proporcionar reflexão dos vínculos estabelecidos no decorrer das nossas vidas.

A aula me fez lembrar da música de Osvaldo Montenegro -“A Lista”, a qual refleti sobre a minha história de vida construída, e também, das pessoas que foram e ainda são significativas para mim.

           Por meio disso, passei a sentir a importância das construções relacionais que fazemos no decorrer da vida. Portanto, é sabido que não viemos ao mundo para ficarmos sozinhos, mas sim, para vivermos em comunhão com o outro. Então, há a necessidade de nos inspirarmos em modelos, com o objetivo de ter uma vida única e de ser “alguém”. É através do amor que conhecemos o outro.

           Consequentemente, precisamos prestar atenção nos valores da criação através dos construtos, trabalhos científicos, cultura social e arte. Pois buscamos sentido em qualquer momento da vida, independente de estarmos em um momento positivo ou negativo, somos levados a enxergar que temos uma saída, mas depende de como observamos o mundo.

O sofrimento é uma lei natural e é através dele que crescemos, encontramos a grandeza e adquirimos experiências. Sendo assim, quando pensamos na dificuldade de executar determinada tarefa, tomamos o cuidado de nos prepararmos melhor e, com isso, fazermos a diferença em experienciar o momento, lidando com a excelência do trabalho executado.

Diante da proposta trazida pelo professor Cyrous, pude entender a dinâmica de identificar pessoas que fizeram a diferença em minha existência. Foi muito interessante, pois pensei na minha neta, quando estive nos Estados Unidos em 2017, sendo lá que ela reside e não imaginei que uma criança, com 5 anos de idade, pudesse influenciar tanto no meu comportamento (percebi as coisas que aprendi com ela aos meus 58 anos de idade). Porém, é notório que houve indivíduos que me influenciaram espiritualmente, profissionalmente e “carinhosamente”, ou seja, que me ajudaram a construir o ser humano que sou hoje.

Contudo, trazendo para a dimensão noética, nota-se que a consciência e o amor fixam raízes no inconsciente espiritual através da transcendência pessoal. Dessa forma, quando adquirimos essa dimensão, somos capazes de nos sentirmos livres através da busca pela vontade de sentido, experiência de prazer, felicidade e realização, ou seja, o sentido da vida.

Ademais, na década de 80 eu trabalhava numa empresa de Comércio Exterior em São Paulo e, em certa ocasião, um amigo me deu atenção no momento mais angustiante e turbulento da minha vida, no qual eu passava por uma crise existencial de grande impacto em meu psiquismo.

Era outubro de 1980, comemorava meu aniversário em um restaurante, na Avenida Paulista, região muito conhecida por ser o maior centro comercial e financeiro do Brasil. Jantando com um grupo de amigos, quando um deles me ouviu e fez colocações em uma dimensão espiritual, expressada através do seu amor e de sua compaixão que possibilitou-me compreender que a minha vida estava sem sentido e totalmente perdida nas minhas características básicas de entendimento do que era ser uma pessoa livre.

 A partir daquele momento, me senti livre para perceber que a minha consciência não era onisciente e nem onipotente, mas sim, falível. Desde então, comecei a perceber a presença do meu erro, porque na vida não buscamos somente o prazer, mas também, um “sentido para a vida”. 

  Foi inspirador para o meu crescimento pessoal, pois senti a presença de pessoas que fizeram parte da minha história. O mestre, sabiamente, passou os conteúdos de forma clara e objetiva, visando o entendimento da antropologia do ser humano e suas características de mundo, exaltando os valores da criação e os valores de vivência. Aprendi que, mesmo diante das adversidades e dificuldades, onde só o amor constrói vínculos satisfatórios para uma vida de sentido, tudo dependerá de como você enxerga o mundo e os vínculos que a pessoa faz com ele.